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Por que os veterinários sofrem mais com a Síndrome de Burnout?

Confúcio, um filósofo e pensador chinês, escreveu uma frase que é muito utilizada nos dias de hoje: “Escolha uma profissão que ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida”.

Na prática, a realidade mostra que não é bem assim que as coisas funcionam. Por mais que amemos a nossa profissão, “ser alguém na vida” envolve outros fatores, como ter um destaque contínuo no ambiente corporativo, ou ser obrigado a ser sempre o melhor da equipe.

É assim que, diariamente, o profissional vai perdendo seu ânimo e começa a ver seu trabalho apenas como um desgaste.

Para os profissionais da saúde, esse tipo de problema pode ser um pouco mais grave, principalmente para os médicos veterinários.

Segundo uma pesquisa realizada na Inglaterra, eles têm quatro vezes mais chances de cometer suicídio do que a população em geral. Comparado com pessoas que atuam em outras áreas da saúde, as chances são dobradas.

Mas porque isso acontece? Um dos motivos é o fato dos veterinários apresentarem a Síndrome de Burnout. Quer saber o que esse termo significa? Continue lendo esse post.

O que é Síndrome de Burnout na veterinária?

É uma síndrome psicológica, causada pelo acúmulo de estresse dentro do ambiente de trabalho.

Os profissionais da saúde têm mais chances de contrair a síndrome, pois lidam com a ideia de perda diariamente.

Ao associar contato direto, relacionamento intenso e estresse originado do pensamento que a vida do paciente está nas mãos dele, a Síndrome de Burnout na veterinária pode ser desencadeada.

Porém, qualquer profissional de qualquer área pode sofrer com a síndrome, já que ela está diretamente ligada com as condições de trabalho nas quais o funcionário está inserido.

Quais são os principais sintomas?

Sinais físicos

  • Insônia
  • Dores musculares
  • Problemas gastrointestinais
  • Palpitações
  • Sudoreses
  • Tonturas
  • Aumento da pressão
  • Cansaço constante
  • Dores de cabeça
  • Falta de energia
  • Crises de asma

Sinais psíquicos

  • Tédio
  • Ansiedade
  • Problemas de concentração e memória
  • Irritação
  • Pessimismo
  • Falta de prazer no trabalho
  • Agressividade
  • Impaciência
  • Isolamento social
  • Depressão
  • Baixa autoestima

Síndrome de Burnout na veterinária x Estresse x Depressão

Por estarem relacionados e apresentarem sintomas parecidos, muita gente confunde a presença desses três termos no dia a dia. Cada um possui suas particularidades e necessita de tratamentos diferentes.

O estresse comum causa cansaço físico e emocional, assim como a Síndrome de Burnout na veterinária. O que os difere é que, no caso da síndrome, a exaustão é acompanhada de um desinteresse pelo trabalho e uma cobrança pessoal muito grande, porque a pessoa acredita que seu desempenho não é satisfatório.

A depressão pode ser desencadeada por problemas em diversas áreas da vida do indivíduo, diferente da Síndrome de Burnout na veterinária, que ocorre apenas pelo desgaste físico e psicológico ocasionado pelas más condições de trabalho.

Quando procurar ajuda?

Quando identificada, a Síndrome de Burnout na veterinária exige um acompanhamento profissional adequado, feito por psicólogos ou psiquiatras.

A síndrome mostra três sinais de alerta:

1. Exaustão emocional

É o momento limite. Quando a pessoa sente que não tem mais força e vontade para continuar fazendo suas atividades diárias. Esse cansaço é físico, psíquico e emocional.

2. Despersonalização

A despersonalização é utilizada para enfrentar algum problema que a pessoas não vê solução.

Geralmente, o profissional se afasta emocionalmente do trabalho e começa a agir com frieza e indiferença com tudo que está relacionado a ele. Características como impaciência e agressividade também podem surgir.

3. Baixa realização profissional

O profissional começa a crer que seu trabalho não agrega nada a empresa e que ele é um fracasso. A partir disso, a pessoa se sente desmotivada, insatisfeita e infeliz com seus resultados. Ela também apresenta baixa autoestima.

Consequentemente, após a aparição desses três alertas, outros começam a aparecer e deixar a Síndrome de Burnout na veterinária em um estado mais avançado:

  • Dificuldade na concentração e memorização de novas informações, como tarefas e compromissos profissionais
  • Procrastinação
  • Redução de performance
  • Problemas de relacionamento no trabalho
  • Taquicardia
  • Insônia
  • Muito ganho ou perda de peso
  • Dificuldade em separar vida pessoal da profissional

Qual é a relação entre Síndrome de Burnout na veterinária e suicídio?

A pessoa que apresenta um quadro de Síndrome de Burnout na veterinária não necessariamente terá pensamentos suicidas. O que acontece é que, raramente, a pessoa identifica o problema e enxerga sua magnitude.

Por isso, ela não procura ajuda profissional, o que pode agravar o problema e provocar outros sintomas que não existiam antes, como a depressão. Nesses casos, aumenta a probabilidade de ocorrerem ideações suicidas.

Como prevenir a Síndrome de Burnout na veterinária?

Existem algumas atitudes que podem deixar o dia a dia no ambiente de trabalho – e fora dele – mais leve. Lembrando que nenhuma delas supre a necessidade de fazer terapia ou procurar ajuda profissional, caso necessário.

Respeite seus limites

Para não chegar a um nível extremo de exaustão, é necessário conhecer seus limites físicos e emocionais.

Na correria da rotina, é comum fazermos mil coisas ao mesmo tempo. Logo, é muito importante saber a hora de parar e ver até que ponto você consegue gerenciar a quantidade de tarefas de forma eficiente e que não te faça mal.

Fique offline

Hoje em dia, não tem como ficar desconectado da internet. Mas, se essa conexão é utilizada para trabalho fora do horário de expediente, você deve se desligar dessa obrigação.

Aproveite mais seus momentos de lazer, fique com a família, amigos, ou curta a sua própria companhia. Fazer o que você gosta durante a semana ajuda a recarregar as energias para outro dia de trabalho.

Cuide de você

Você é seu bem mais precioso. Por isso, é muito importante cuidar da sua saúde e do seu bem estar.

Pratique exercícios, coma alimentos que você goste sem esquecer de ser saudável, durma bem, mantenha um bom relacionamento com os colegas de trabalho e sempre que possível, esteja perto de quem você ama.

Relaxe

Seus momentos de descanso merecem mais atenção. Não estou falando apenas quando você dorme, mas também de momentos de relaxamento.

Assistir filmes, séries, ouvir músicas relaxantes, entre outras atividades, são ótimas formas de descansar.

Equilíbrio é tudo

Temos diversas áreas na nossa vida e todas elas são importantes. Quando não damos a devida relevância que elas merecem, não estamos em equilíbrio emocional. Dá aquela sensação de que algo está faltando, sabe?

Família, amigos, trabalho, estudos, lazer, etc, devem ter um espaço em sua vida.

Entenda que a vida é um constante aprendizado

Somos ensinados que errar é algo muito ruim. Por isso, esquecemos que podemos aprender com eles.

Estimulando esse pensamento, fica muito mais fácil lidar com as falhas e valorizar seu bom trabalho.

Fale sobre o que você está sentindo

A ONG Centro de Valorização da Vida (CVV), oferece apoio emocional gratuitamente. O objetivo principal da organização é prevenir suicídios.

O CVV funciona como um “pronto-socorro emocional”, que traz alívio para aqueles que precisam desabafar.

São voluntários que podem conversar sobre qualquer assunto a qualquer hora por telefone, e-mail, chat, Skype, e presencialmente em mais de 80 endereços.

O conteúdo das conversas fica em sigilo garantido pela própria ONG, além de outros princípios, como não julgar ou comparar os casos.

A organização assinou um convênio com o Ministério da Saúde, possibilitando que o telefone 188 seja uma ligação gratuita para todo o Brasil.

Para saber mais sobre a iniciativa, clique aqui.

Fonte : Site Vetus

 

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